Conhecimento é poder… será?
O conhecimento era encarado como o todo poderoso gênio Aladim, bastava friccionar a lamparina e voilà, três pedidos. De fato, fruto das reflexões de Francis Bacon, tal mágica pode ter sido muito interessante e apropriada no século XVII. Portanto, fazia-se de tudo para esconder e trancafiar tão valiosa relíquia.
Numa análise de relance, vê-se por trás da célebre frase dois pecados capitais: avareza e soberba. Eram tempos da revolução industrial (0.0) e qualquer segredo adicional representava enorme vantagem competitiva e “existencial”. Daí o surgimento e sina pela propriedade intelectual, pelas patentes de invenção e pelos direito autoral, visando aplacar as preocupações dos todos poderosos soberanos com a democratização da informação. Página virada, o “sistema” precisa avançar para acompanhar a evolução tecnológica, rompendo o grilhão da propriedade intelectual (posse) e fomentando a liberdade para ideias criativas e inovadoras (transformações).
Bem, o tempo passou e já se fala há muito em revolução da informação. Mas, tal como houve o consagrado chavão do despertar da revolução industrial, constante no caput; não consegui aperceber, sinto muito, qual é ou será o chavão da atualidade? Alguma ideia? Com absoluta certeza, por conta do lapso temporal e da onda tecnológica, posso asseverar não ser das melhores práticas se apropriar e, o que é pior, seguir à risca o provecto ditado de Bacon.
Pera aí, um leitor desavisado pode interpretar que estou vilipendiando do conhecimento. Não me entendam mal, a busca pelo conhecimento é, e sempre será, sublime. Simplesmente, compreendo que um novo conhecimento se constrói a partir de uma enxurrada de outros conhecimentos disponíveis; assim sendo, uma vez alcançado novo patamar (inovação), não o compartilhar é a mais pura mesquinhez intelectual e cegueira para a ampliação do negócio. Já ouviram falar no poder do compartilhamento? Cadeia do saber? “Quando se acende uma vela na outra, recebe-se e gera-se luz em dobro”.
Em outra parábola, somos meros vasos comunicantes, não nos permitamos estrangular e, consequentemente, esvaziar ou transbordar. Talvez, seja o canal, “NÃO” se preocupar em acumular conhecimento, mas “SIM” se esforçar em trocar experiências (“interoperabilizar” cérebros e integrar sabedoria). Apesar da complexidade e do desafio estratégico para alinhar interesses diversos, internos e externos, tem muita gente boa empenhada nestes saberes e afazeres: inovação aberta! Para citar poucas iniciativas, que tal: Philips, Anprotec, Endeaver ou Randon .
Para sorte da atual geração, o cavalo tá passando já encilhado para ser montado e cavalgar:
- sobre a imensidão e o valor das cumulonimbus de dados disponíveis na ponta dos dedos;
- pelo caminho pavimentado com as normas de padronização nos produtos comerciais de modo a facilitar a interoperabilidade de/com todas as coisas; ou
- ajudando a construir o modus operandi dos futuros ecossistemas umbilicalmente integrados; os quais, de fato, estão em fase embrionária.
Acredito piamente na validade do trabalho ou pesquisa “compartilhada + cooperativa + colaborativa + coletiva” em toda e qualquer área ou segmento. Mas, por capricho do destino, deparei-me recentemente com uma empresa “integradora” (todo negócio é um serviço) que não disponibiliza o manual do equipamento, não divulga abertamente o valor dos dispositivos que integram o sistema e pouco se importa com o resultado almejado pelo cliente, que é melhor nem tocar no equipamento. Incrível, saber da existência, ainda, de negócio arraigado em noções tradicionais, optando pela tentativa de monopólio de mercado, na busca por fazer do cliente um refém de uma solução proprietária. Que “climão”!
Cabe paciência com políticas retrógradas e cada qual com o direito de ter sua própria antevisão do futuro; por vezes míope, tratando-se de gerações da “velha escola” com a vista cansada. Não será este pesar isolado, que me demoverá da admiração e respeito aos corajosos e honestos empresários do nosso Brasil, ainda bem, a imensa maioria de visão aguçada e na constante labuta para gerar riqueza e postos de trabalho em atividades desenvolvidas sob as regras do mercado.
Sem antagonizar … tudo bem, é verdade que conhecimento é poder, mas precisamos levar esta máxima um passo adiante; pois, conhecimento compartilhado pode fazer com que este poder se multiplique exponencialmente, beneficiando sobremaneira a tríade de atores do conhecimento: gerador (academia), aplicador (empresa e indústria) e usufruidores do resultado (clientes que geram as NF e fazem a máquina girar).
Os três desejos proferidos para e emanados da “lamparina do gênio” só terão valor real se forem capazes de:
- fomentar sinergia aos negócios (favorecer 0 jogo de ganha-ganha);
- promover a integração das coisas (sistemas de sistemas – pontes entre tecnologia da informação e de operações); e
- focar em resultado (não confundir só com dinheiro; resultado é, principalmente, reputação da marca que brilha por encantar seus clientes. Tudo deve partir da análise dos propósitos e desejos dos clientes, mas nunca… nunca manipulá-los).
“O pior cliente do mundo quer seu produto, não importa você. O melhor cliente do mundo quer você, não importa seu produto.”
“A técnica e a tecnologia são importantes. Mas aumentar a confiança é a questão da década.” – Tom Peters: Consultor Empresarial
Olá …. teste comentário no post “Conhecimento é poder, será?”
Ok … chegou e segue resposta do admin