A tropa é espelho do chefe
Eita ferro, fogo e bigorna … quantas vezes ouvi esta frase caput na caserna, o que não esperava era uma aderência tão perfeita ao dignatário máximo da nação e sua cúpula. Vamos focar nas três últimas cabeças do Governo Federal que acabaram de rolar: Pedro Guimarães, Milton Ribeiro e José Mauro Coelho; respectivamente, Caixa Econômica Federal, Ministério da Educação e Petrobras.
Em especial os dois primeiros, que viviam ali … grudados nas partes baixas, para o Presidente da República o alívio do incômodo escrotal não deve ter superado o prazer da bajulação lasciva. Na real, sem baixaria; por favor, responda-me: para uma pessoa que diz “ter tido filha mulher por fraquejada” ou que se utiliza como critério “ser terrivelmente evangélico” para indicar nome para STF, os fatos ocorridos na CEF e MEC são coisas normais? Sim, é claro, a misoginia e o favorecimento religioso são traços marcantes do perfil moral do atual governante.
Causou flagelo (dor física mesmo) no presidente, algo parelho a uma queimadura grave na cara ou a perda de um dedo (por semelhança, pode ser o mindinho), ter de abdicar de paus-mandados tão fiéis as suas cartilhas, incondicionalmente, dizendo-lhe amém!
Diante do leite derramado, qual é a solução? Bem, a estratégia de negacionismo raiz já tá muito cafona e batida demais; o negócio agora é desqualificar os “pseudo” vitimados(as) pela vassalagem da corte. É cada “desculpa” que a gente custa a acreditar: (i) o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira estavam em aventura (local não recomendável); (ii) nas redes sociais (que desserviço), alegam ser incoerente a acusação de assédio sexual e moral, pois as mulheres eram “feias”, ligadas à CUT ou “crescidinhas” o suficiente para se protegerem; e (iii) os prefeitos “bisonhos” – que se dobraram aos charlatões operadores oficiais do MEC – é que infringiram a lei. Se houver (e há de sobra) algo que possa feder lá dentro do Palácio, “com certeza” foi mera inocência, feito na melhor das intenções ou dito em sentido figurado; portanto, decreta-se sigilo de 100 anos. Não é brincadeira!
Vamos ter que entender de uma vez por todas, seja direita ou esquerda, os fins justificam os meios. O Centrão largou de luz nesta leitura e interpretação.
Só pra não deixar a Petrobras a ver navios, tá difícil fazer emplacar um “Imediato” que siga cegamente as ordens do “Comandante”. Ainda bem que a Petrobras não é a casa-da-mãe-Joana, nem tem como fazer valer as emendas do relator (orçamento secreto) para a diretoria “desalinhar as velas” e navegar a esmo. A galerinha enche a boca para falar em compliance, mas quando se depara com uma empresa que leva a sério essa estória de governança … estranha e esperneia “de mentirinha”. Coisas muito regradas – tal como a Constituição – não cabem no nosso país; aliás, só vale o que cabe no bolso do acionista majoritário da estatal.
Antes de me tacharem de pessimista (não importa, me tache do jeito que quiser), assumo só conseguir ser um realista esperançoso, ao observar os trabalhos dos ministros(as) Tarcísio de Freitas e da Tereza Cristina. Quanto à economia, parece não se entender o problema macro (que é complexo) e dê-lhes benefícios para aliviar o problema micro (que é delicado e – CORVADIA – fazer disso demagogia). É bom se precaver e preparar o lombo que o chicote duplo (inflação&impostos) vai estralar …
Enfim, estou inclinado a mudar radicalmente minha perspectiva sobre a frase caput, aliviando de toda a culpa e responsabilidade o nosso magnânimo Comandante Supremo das Forças Armadas: “toda nação tem o governo que merece”.
Liderança, admiração e reconhecimento não é pra qualquer um.
Sem chance … não voto no Lula (ladrão) nem sob tortura! Agora, é muita militância achar que o desqualificado do Bolsonaro e sua equipe estão fazendo um trabalho sequer razoável. “Menos Brasília, mais Brasil” foi só converse de campanha. Cá entre nós, há muito tempo, política virou paixão visceral em detrimento da racionalidade. Vamos polarizar povão … dentre o extremo da estupidez, até a mais fina flor da rapinagem; quem será o próximo “indigno” a nos representar? Mais, queremos mais … VERGONHA!