Cambada de sempre

Opulência e sobrevivência!

Não se trata de ufanismo mas o povo brasileiro é extremamente aquinhoado com seus ditados populares, salvo nos dizeres da Bandeira Nacional que sofreu um escorregão de retidão. Observando a nossa breve história nacional, considero ser o mantra da nossa elite – social, econômica e política – o seguinte provérbio: “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte; ou é tolo, ou não tem arte”.

Dito isto, “gentem” … é claro que está tudo dominado. O assassinato de Júlio César numa reunião do Senado, sei lá quantos anos a.C., é algo sempre instigante e simboliza o efeito Bolsonaro; no entanto, os “Brutus” do Planalto Central estão sob controle, apesar de nem todos, tudo com o bucho cheio devido as falcatruas (emendas – “secretas” – do relator). As entidades Bruthur Lira, o Brusto Aras e o Brucardo Barros então, nunca antes nesta república, estiveram tão “conchavadinhos” com o servidor público number one.

O Congresso Nacional, mais civilizado que os romanos de outrora, tirou da teoria pra constante ameaça o punhal do impeachment, constante na Carta de 1988; anabolizando sua musculatura para “puxar o tapete” do governante (mais poético do que decapitação). Por outro lado, o dignatário da honraria palaciana adensa sobre a tapeçaria o quanto pode, desde caciques do Centrão até pastores lobistas, para não lhe faltar sustentação política.

Não existe no dicionário político as palavras ética, dignidade ou honestidade; importa agarrar-se aos meios – sejam quais forem – para garantir-lhe a permanência no poder (em sentido dual… é o fim). Tolo, suavizando, sonhador… aquele que se mantém esperançoso de que possa existir autoridade, verdadeiramente – não só da boca pra fora, interessada no bem comum da sociedade. PODER trata-se, em síntese, de usufruir da opulência pessoal e lutar para permanecer no status quo!

Se não, vejam, as benesses e os proventos dos congressistas e da turma do Judiciário. Pense no cartão corporativo presidencial. Pode ter certeza, que NUNCA… V Exas atuarão em malefício próprio, podando os privilégios, as mordomias e penduricalhos inerentes aos cargos (temos que engolir – fazendo caras de felizes – coisas esdrúxulas como a Wal do Açaí). Outra, “rachadinha” é normal, porra!? As cerejas do bolo estão todas reservadas aos que pertencem ao sistema; assim sendo, há somente duas possibilidades: (i) fazer parte da corte; ou (ii) contentar-se com as migalhas eleitoreiras (meras encenações para tirar fotos e captar votos).

Perdoem-me o banho de vergonhosa realidade e a aparente desesperança, mas é que se aproxima o mau tempo das falácias eleitorais que nos trazem as enxurradas das mentiras de sempre; pior ainda, com o repeteco da mesma corja de mentirosos. Em 2022, de novo, teremos que assumir o papel de sonhadores para escolher o(a) “artista da guerra” da vez, que combaterá no terreno sujo do ninho das cobras, nos próximos 4 anos, para garantir a própria sobrevivência e se esquivar da fogueira das vaidades atiçada pelos bajuladores interesseiros.

Nessa podridão, aquele que for mais ardiloso, manipulador e articulador para sobreviver; talvez, talvez….  reprisará, partindo e repartindo os despojos com seus circunstanciais aliados e favorecidos. Credo, só um presidente “Pinóquio” para colocar a cara (de pau) no fogo por ministro que se liga umbilicalmente com picaretas … a pedido de quem? Tráfico de influência não é corrupção, porra!?

Diz aí … será que vale a pena ver de novo? Exercendo minha liberdade de expressão e emitindo minha opinião pessoal:

  • Lula é LADRÃO;
  • Bolsonaro é, no mínimo, INCOMPETENTE e deliberadamente insensível; criado, formado e besuntado no sistema de corrupção;
  • Moro é INTRAGÁVEL e ANTISSOCIAL, por conta da arrogância e empáfia que o precede, já adentraria em pé de guerra com os poderes Legislativo e Judiciário;

Por enquanto, por favor, que nenhum ibope bata-me a porta pois não estou preparado para que me perguntem: em quem irei votar? Ainda estou na fase de descarte, espero que sobre alguma opção, acabou porra!?

 

 

Para os desejosos por uma chacoalhada no cenário e embaralhar as cartas do jogo:

“sob o céu não há nada mais resiliente e disforme (mutável) que a água, mas para atacar o forte e rígido nada a supera, nada a pode substituir. A vitória reside em ser o resiliente sobre o forte, ser o disforme sobre o rígido – não há ninguém sob o céu que não o saiba. Ainda que ninguém seja capaz de o implementar”.

2 comentários

  1. Mario Câmara em 10 de abril de 2022 às 10:44

    Apesar dos pesares, há sempre o sol e os luares.
    https://www.letras.mus.br/oswaldo-montenegro/72954/

  2. Mario Câmara em 22 de março de 2022 às 09:57

    “Diz uma parábola judaica que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.
    A mentira disse para a verdade:
    – Bom dia, dona Verdade.
    E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:
    – Bom dia, dona mentira.
    – Está muito calor hoje, disse a mentira.
    E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou.
    A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:
    -Venha dona Verdade, a água está uma delícia.
    E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.
    A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.
    E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.”

Deixe um Comentário