Farra no chiqueiro

Não falo mais de pandemia, cansei! Tá ruim também falar do nosso presidente, que depois de ser tocado pela varinha de condão da fada Temer, não tem mais promovido tretas dignas de registro. Em público, apenas fez uma gravação se dizendo bom moço na COP26, um “pisãozinho” no pé de uma estadista europeia, uns recorrentes desrespeitos à jornalistas e uns passeios pros lados dos Emirados. Veja bem, não é reclamação, porém tudo muito insosso! Em compensação, nos bastidores…

O que está bonito de ver é a contratação (o nome da compra de apoio parlamentar, agora é RP9) da Câmara dos Deputados pelo Poder Executivo. Bem, tá chegando o Natal, por conta disso – acredito eu – é natural ter gente que acha que tanto empenho dos políticos (noite adentro pra votar) é mera ação divina; ou seja, santíssimas Emendas de Relator. Fazer o que né, enquanto nos lares vai rolar um amigo oculto (secreto), na Câmara tá rolando adoidado o orçamento secreto.

Pensei que fosse mais uma dentre tantas fake news, só que não! Estão querendo emplacar um cargo de “Senador Vitalício” para blindar, sabe quem? Só pode ser coisa de papai Noel, não é possível! E já que o Brasil tá desorientado mesmo, por que não fazer juntada – ao passar da boiada – a PEC-37 e amordaçar de vez a justiça brasileira que já é cegueta (exceto o Sr. Augusto Aras – “incorporou os três macacos sábios”). Toda vez que algo de mau acontecer, seguindo o exemplo do “Embromador” Geral da República; “mermão e mermã”, realmente é melhor: nada ver, não escutar e muito menos falar.

Quanto ao calote do precatório e o tal de furar o teto de gastos, isto foge por completo a minha capacidade de compreensão, tendo em vista que tal prática aplicada no meu nano-orçamento doméstico me levaria ao SPC e, literalmente, faria a goteira “pinga ni mim”. Ao passo que no orçamento governamental sempre há espaço para tudo e para todos – quem quer dinheiro? O que não vejo ninguém preocupado é em descobrir a razão dessa despesa do precatório, ano-a-ano, vir se avolumando (“bola de neve”) e como mitigá-la. Se bem que, se o estudado do Paulo Guedes não se preocupa, não serei euzinho a esquentar a moringa.

Faço uma panorâmica dentre o antes e a via de fato do atual Governo no poder. Ajude-me, considere a assunção ao poder como sendo a entrada num presídio daqueles “casca-grossa”. Fora dos muros, durante a campanha o “cara” se dizia o diferenciado de tudo e de todos, o fodão “imbroxável”, o suprassumo da moralidade e dos bons costumes; mas foi só a coisa ficar muito feia no “Carandiru” – depois que o próprio bisonho colocou a corda no pescoço (7 Set) – que sem a menor hombridade e com a mais absoluta falta de escrúpulo, arregou e se deixou abraçar de conchinha logo pelo Centrão. No “cangaço” e no cagaço proteção é tudo, paga-se o que for necessário para tê-la!

E agora falando em outro xadrez (diferente de ver o sol nascer quadrado), começa a se posicionarem as peças no tabuleiro eleitoral. Pelo visto, teremos candidatos(as) para atender a todos os gostos e desgostos. Portanto, não faltarão opções, mas pelo desenrolar dos acontecimentos o(a) caboclo(a) a ser escolhido(a) – para aguentar o tranco e garantir o mandato – tem que ser tipo … o chefão da facção. Por favor, sem fazer biquinho, não importa o seu lado estrábico – seja de esquerda ou de direita -, tudo vergonhosamente como dantes no “chiqueiro” de Abrantes!

“Não é a política que faz o candidato virar ladrão. É o seu voto que faz o ladrão virar político.”