O ovo ou o galo

Liberdade … abre as asas sobre nós!

Assim que me deparei com esta imagem, sabia que poderia caprichar por conta do nosso atípico e controverso direito de liberdade de expressão. Na verdade, por pura coincidência temporal e contextual, fiz uma pesquisa no X por “cabeça de ovo” (sem nominar, apelido bem carinhoso), antes da rede ser banida (erro 404 – not found) , e obtive uma enxurrada de figuras que se mostraram muito jocosas e dignas de futrica do maternal. Mas agora, ficou sério, circula até ofício do STF.

Rememorando a velha distribuição normal da curva de Gauss, comumente o “bicho pega”, quanto maior for o desvio padrão. E tem umas figurinhas que vivem desgarradas da multidão, que quando se cruzam numa esquina … sai faísca. Simples assim, ação e reação, mas o efeito da fricção é mais estrondoso e pirotécnico quando envolve titãs no Coliseu e a plateia adora o espetáculo: “A Fúria dos Reis”.

As primeiras faíscas foram devidas a alguns ínfimos “lobos solitários” (uma dúzia dentre 20 milhões de usuários) lançando supostas fake news, o que gerou determinação judicial de bloqueio das contas na rede social respectiva, que foi sumariamente descumprida. Não me debruço sobre o mérito da questão, mas defendo que a liberdade está fortemente atrelada à responsabilidade.

Justo para abrandar a ferocidade e destempero destas criaturas irresponsáveis (difusores de notícias falsas) cujo comportamento destoa da civilidade e moralidade, estabelece-se um patamar de aceitabilidade na rede social para imposição da “focinheira”. Quem bate o martelo quanto ao privilégio do “adereço canino” é a autoridade investida do poder de aplicar a lei (goste-se ou não), cabendo a implementação da sanção digital à empresa responsável pelo aplicativo/plataforma. Agora, infelizmente, lei no Brasil é algo um tanto subjetivo e personalíssimo, surgindo um “gaiato oportunista global” para se aproveitar midiaticamente e politicamente disto. Elon Musk tá surfando na onda!

Sem medo de errar, somos o país mais repleto de leis prontas para serem vilipendiadas; pois quando não se contradizem, estão sujeitas à interpretações diversas e fiscalização frouxa. Se um investidor internacional quiser faturar em Terra Brasilis – no problem – basta uma “plêiade advocatícia” para fuçar as idiossincracias e os descaminhos a fim de sonegar e burlar à vontade, tudo nos conformes das bizarrices da lei. Veja bem, lei é lei, cumpra-se a ordem judicial, mesmo que condene e depois descondene Ladrão (sem nominar, sem aspas, em maiúsculo, apelido nada carinhoso) ao sabor do vento. Contornar a lei, parece tudo bem; confrontar um Ministro da Corte, nunca!

Neste ínterim, segue o jeitinho brasileiro: o Legislativo só quer saber de fazer firulas com emendas, e sobra pro Judicário se esbaldar: legislando e julgando. Com relação ao Executivo, prefiro me reservar ao direito de permanecer em silêncio para me resguardar dentro da razoabilidade, lembra: liberdade&responsabilidade.

Agora, cá entre nós, gringo abastado (“Rei Galo”) querendo dar uma sova no “Rei Ovo”, dentro do nosso soberano galinheiro, aí não!

 



“Pirulito que bate, bate; pirulito que já bateu; cê não sabe da senha; e só quem sabe: sou eu!”

– Totalmente “sem saco” pra procurar uma mensagem mais apropriada.

2 comentários

  1. Mario Câmara em 31 de agosto de 2024 às 09:02

    Mudança de prosa, na semana passada teve uma rodada de entrevistas dos candidatos às prefeituras de SP e RJ na GloboNews. Faz tempo não me sentia tocado por Plano de Governo ou promessas eleitoreiras, porém tive grata surpresa ao escutar a Tabata. Ao meu ver, destacou-se pela vontade de fazer, conhecimento de causa e preparo intelectual para enfrentar os desafios de um munícipio bastante conturbado por sequelas sociais. Difícil operar milagres, mas me pareceu uma luz de candeeiro, em meio ao apagão da política. Apesar de não somar voto em Sampa, tomara que a escolha da maioria sobrecaia em alguém que possa melhorar e não piorar a capital paulista.

  2. Mario Câmara em 30 de agosto de 2024 às 17:07

    Bene, bene … a focinheira ao invés de ser colocada num ou noutro cão raivoso, coube ao dono. Bem feito!

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