O que aprendi sobre SCRUM?

Ajuste a cadência!
Oi Gabriela Reis, professora de métodos SCRUM (17-20 Fev 25), a quem agradeço e deixo meu singelo e sincero feedback.
Vou assumir minha completa ignorância. Fiz uma tradução livre de P.O. (responsável pelo produto) constante do título do curso de extensão “Product Owner na Prática: Vivenciando o Dia a Dia” da UCS e, inicialmente, pensava tratar-se de storytellings de jornadas empresariais. Além do erro na interpretação do título, faltou-me atenção na leitura do programa do curso que constava na minha cara … disponível no site. Olha a pressa!
Mas foi providencial o equívoco; pois se de um lado faltou-me atenção e precisão, por outro sobrava-me um certo ranço sobre os conceitos agéis que me remetia a trabalho feito de forma açodada, sem documentação e despreocupado com requisitos. “Boca-torta” que trago da velha labuta com COBIT, ITIL e PMBOK. Pra você ver, o feitiço se virou contra o feiticeiro (não li a programação), engoli preconceitos enraizados e levei um belo tapa de luvas: “stranger = danger?” [1]
No decorrer do curso aprendi que o desenvolvimento SCRUM está mais para um trabalho com cadência ajustável, documentação existente sem “afogar” a equipe em papéis e dispondo de ferramentas poderosas (Azure DevOps e Jira) e, se olhar direito, os requisitos estão discriminados nos backlogs e esmiuçados nas “Users Stories” que alimentam os Sprints (rodadas de trabalho da equipe de desenvolvimento).
Parando por aqui … já me daria por satisfeito com o curso. No entanto, até agora só falei sobre a correção da minha perspectiva míope e gostaria de reenquadrar sob o viés da motivação e propósito.
Aplico-me em estudos na área de Internet das Coisas (IoT), cujo extenso ecossistema desenho num conciso arranjo de blocos (ajuda a pensar visualmente), que apelidei “do alfinete ao foguete”:
Pois então, tive a grata surpresa de ser apresentado na prática, a uma metodologia para conduzir e organizar as tarefas para evolução/manutenção de uma Plataforma. Sim, conheço algumas plataformas atuando no papel de usuário/integrador, mas ter a visão dos bastidores (sistemática de desenvolvimento: P.O., Master e Team) foi bastante esclarecedor. É claro, não se abordou, na exemplificação, uma plataforma IoT – tal como ChirpStack – mas o processo e fluxo de trabalho, possivelmente, resguardam padrões similares. Para fincar a “pegada” na linha do tempo, foi apresentado em tópicos gerais o “Sprint27” da plataforma [2] “compartilhesaúde”. Que tenha vida longa e prósperos Sprints!
Outros pontos positivos a destacar: definição de prioridade MoSCoW (já aplicava sem conhecer pelo nome), Miro, Mentimeter (ótimo quiz mas odiei responder premido e avaliado pelo tempo; ainda com uma taça de vinho na mão – aí já é outra história), escalonamento (Épico, Features e Stories Users), critérios de aceitação que me reportaram a uma lembrança de TDD, Hotjar (um “abelhudo” interessante), débito técnico (me reciclei, bem mais elegante do que dizer gambiarra), GROW (Goal, Reality, Options e Will), participação em sala paralela de reunião e métricas de produto.
Nem-nem, não sejamos extremistas a ponto de achar que o framework SCRUM se adequa a qualquer situação. Tudo depende – cada um no seu quadrado – porém, caso seu negócio (produto) tenha tudo a ver com “adaptabilidade e flexibilidade” (acrescento dinamismo), pode ser potencial candidato a adotar as boas práticas ágeis. Já as demandas de “programas” e “projetos” tratam-se de um outro patamar e escopo de trabalho … mais linear, complexo, clássico (pra não dizer tradicional) e engessado (início, meio e fim).
Pra finalizar, segue minha Storie User [3] para este instante de gratidão … como ([persona] aluno SCRUM), eu quero ([funcionalidade] registrar que o curso superou minhas expectativas e corroborou para desfazer ideias preconcebidas) para que ([benefício esperado] eu pudesse me capacitar com novos conhecimentos aplicáveis na área de desenvolvimento de produtos). Obrigado!
Registro de provocações nas entrelinhas, mordiscando bem miudinho pra ninguém se zangar:
- [1]
- O vídeo de uma palestra do Joe Gebbia (cofundador Airbnb) trata sobre Designer mas a essência do ensinamento é de aplicação universal.
- [2]
- Questões de nomenclatura dão confusão. Tenho minhas dúvidas pra diferenciar (site x portal x plataforma) [dizer site hoje é démodé] e acho melhor deixar esta elucidação para os universitários.
- [3]
- Meu agradecimento ao Rafael Giovanella, uma vez que a oportunidade deste curso de extensão foi graças a um voucher que angariei num sorteio por participar de uma palestra na UCS. Só pra constar, de início estava de olho no curso REDCap que teve sucessivos percalços para realização. Acredito ter sido uma excelente troca, porém o radar de busca de conhecimento está no modo varredura.
“Trata-se de um metodologia de desenvolvimento de “software” (sentido amplo) que utiliza breves intervalos de tempo para criar – sequencialmente – conjuntos de recursos incrementais, com base nas necessidades do usuário (negócio, produto ou serviço).”
– Meu entendimento, sem a famigerada IA por a mão (definitivamente, não tenho conserto).
Vou fazer uma brincadeira com meus irmãos de arma … pode ser que não gostem mas hão de concordar, pelo menos, em parte.
Cada caso é um caso, posso também pleonasticamente dizer: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Mas deixando de gracinha, quero reverenciar a Cavalaria e a Artilharia.
– A Cavalaria tem um lema que a acompanha: “rápido e mal feito”. Não é por mal, não; mas caso você esteja precisando de um reforço imediato – “pra ontem”, é só com a arma ligeira que se pode contar. I’m sorry, a canção da Cavalaria não condiz com seu “motriz” operandi.
– Já a Artiharia é uma longa história. A voz do artilheiro é trabalhada por conta dos numerosos e gritados “PRONTO” (rigoroso checklist) que antecedem ao estrondo do canhão; tudo para garantir – com precisão – o alvo certeiro (trincheira inimiga). Imagina um carga pesada na cabeça errada; são meticulosos, ainda bem!
Eu diria, conforme o momento, preferir um ao outro. Não há melhor ou pior, há circunstâncias mais favoráveis ou não. Ou seja, se complementam …
Quer ver um vídeo – antigo – que faz uma paródia de um projeto bagunçado.
Indicação do Waguinho: https://www.youtube.com/watch?v=v17QVwRT56E
“Qualquer semelhança não é mera coincidência.”