Palavra de ordem: MARCAR PASSO!
Faz tempo não me pronuncio, pois estava naquela de deixar que as melancias e melancolias se ajeitassem no chacoalhar da carruagem. Mas puta que pariu, pelo visto, esta carruagem está sendo puxada a passo de tartaruga e assim não há quem aguente! Esse “tic tac tic tac” fuleiro mais parece disco arranhado.
Tenho ideias preconcebidas e isto é invariavelmente péssimo. Sob alguns pontos de vista, enquadro-me imbecilmente dentre as pessoas turronas e teimosas, daquelas que diante de argumentos razoáveis ou não, sequer dá margem a reflexão. A “verdade” particular é tão absoluta e soberana que de nada servem os sentidos sensoriais, sequer entra algo pelos ouvidos ou olhos. I’m sorry, sou bitolado a respeito do Lula ser ladrão (DNA corruPTo), assim como o presidente do PL o é, e ponto final!
Agora, tenho que ter empatia, paciência e respeito com relação aos que agem do mesmo jeito “irracional”, às avessas, venerando o JB (É o amor: trilha sonora sob medida para os mais afetados, sejam de direita ou de esquerda). De nada adianta argumentar que o presidente “doce mel” foi mais do mesmo, favorecendo a corja do Centrão. Que a mesmíssima prática de lotear cargos públicos com apadrinhados políticos foi adotada, com direito à predileção pelos terrivelmente evangélicos. A PGR, na figura do procurador-geral, é uma vergonha nacional … tá, por vezes, o STF também caga-pau! A barganha do mensalão somente mudou de nome, servindo igual para fisgar pelo bolso políticos sub$ervientes, ao comando do “Rei Arthur L. e sua Excalibur” (Orçamento Secreto). O esforço na tentativa de compra de votos nunca foi tão escrachada e demagógica (sendo decretado o estado de emergência), além de renomeado o benefício para fins de “defeito midiático”. A criatura foi inábil em negociações, sequer tendo capacidade de se sentar à mesa pra comer uma farofada. A visão de estadista do mandatário da nação foi pífia, pois o Dom Quixote de La Pátria vivia no Planalto transtornado com os delirantes e beligerantes “moinhos de vento”. O fiasco na pandemia. Isolacionismo, negacionismo e mau-caratismo. Enfim, um ser digno de pena, pobre coitado!
Nem sob tratamento de choque há cura quando a doença brota lá do fundo da alma. O mal (essa coisa de idolatria cega) está enraizado, tal como uma metástase avançada, que não há muito o que se fazer. A paixonite aguda – quando toma o viés ideológico (praticamente religioso) – é extremamente poderosa e suplanta quaisquer razoabilidades, sendo capaz de tudo. Nossa, até construir ou materializar criaturas demoníacas, “borro-me de meda” do bicho-papão com foice e martelo, que habita – de verdade – o imaginário de alguns amigos de estima. A urna que já fora motivo de orgulho nacional, tornou-se desculpa esfarrapada dos maus perdedores cuja arrogância por conta do ego ferido (trata-se disto) é muito mais pernicioso que qualquer suposição de fraudulência do código-fonte.
Por fim, o fato é que estas pessoas “obcecadas” arrancam um pouco da minha admiração pela persistência e resiliência, à parte o fanatismo que alimenta seus amores, temores e ódios incondicionais. Rezo que o povo brasileiro mantenha este perfil apaixonado – louco, alucinado e meio inconsequente – não só ao “Messias” (um ser que não me inspira a menor confiança); porém também ao trabalho, ao estudo e ao princípio da dignidade humana. Por enquanto, estamos todos – braços dados ou não – só marcando passo num esforço inútil sem sair do lugar (esquerda, direita, tic, tac, esquerda, direita). Quer saber o que penso … dando uma de incendiário: “vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”
Ao sainte, com toda doçura, tchau querido! Ao entrante, democraticamente, ladrão ou não, faça-se a vontade da maioria do povo e “torço/rezo/presto-minha-continência” para que venha um governo decente. Na minha caminhada militar aprendi a seguinte lição: “servir ao ESTADO democrático, sempre amar minha NAÇÃO (até mesmo os radicais insanos, de um lado ou do outro) e nunca … nunca me imiscuir (tem gente a se prostituir) com nenhum GOVERNO ou governante – temporariamente constituídos”. Pena que este – tão caro – ensinamento da caserna está sendo, notoriamente, esmorecido e descontinuado por alguns “Garnieres”.
“Num dia se perde,
no outro se acha.
A graça é rir – é de graça.
Não desistir nem por pirraça.
O tempo ruim um dia passa.
Ontem cacei, hoje fui caça
e amanhã, ou vai ou racha.”
Dia 08 Jan 2023 … vergonha!
Dia da VERGONHA Nacional!!!
Tem gente sem vergonha na cara que achou muito bonita a barbárie: Papuda neles!
😤
É sempre importante o CONTRAPONTO (Falência múltipla). Ponto de vista adverso não serve para causar repulsa, gerar rancor ou fazer biquinho; muito pelo contrário, é bom pra pausar e analisar. E, geralmente, as pessoas que apresentam o contraponto são aquelas que realmente se importam, não estão só a fim de bajular. Se liga …
Este artigo ousou tentar trazer em suas linhas um pouco do drama (soco no estômago) que permeia o filme “O milagre” sob direção de Sebastian Lélio, onde uma fantasia cultural adoece uma sociedade. A ficção nunca supera a realidade; portanto, mais um roteiro ao estilo “Não olhe pra cima” que vai pra prateleira da estante “dos senhores da verdade” intitulada: não falou comigo!
Não subestimo o povo brasileiro (em especial, esta parcela amargurada e inconformada), por isto finjo ainda não ter concluído se a teimosia ideológica trata-se de:
(i) lavagem cerebral (pouco provável, pois julgo fazer parte desta tropa e, salvo os sequelados do “cercadinho” (iv), sei que estes militantes – em sua maioria – não se enquadram como massa de manobra ou susceptíveis de serem doentiamente catequizados). Porém cuidado, parece que algumas doenças metais se mostram contagiosas … nunca abandone o bom senso;
(ii) “Deus, pátria, família e liberdade”; até aonde observei, na prática, mera conversa pra boi dormir;
(iii) límpido balanço do custo-benefício de INTERESSES PESSOAIS; ou sendo “sincerão”, farinha pouca, meu pirão primeiro. Eis o filosofal cone em espiral que conduz – forçosamente – ao âmago do próprio umbigo (individualismo); ou
(iv) algo que não é ilegal (eu questiono) mas é imoral. Considero o fanatismo um comportamento imoral e, no caso dos manifestantes pró-situação até 1º Jan 2023, assemelham-se aos desajustados da torcida organizada (massa de manobra), na saída do “estádio de futebol”, loucos – no íntimo – por briga e confusão.